Curiosa é a história do primeiro carro blindado de um
presidente norte-americano. O primeiro veículo blindado, especialmente
produzido para a presidência, foi um Lincoln 1939, da Ford Motor Company. No
entanto, a história relata que, após o ataque surpresa da Marinha Imperial do
Japão à base americana de Pearl Harbor, no Havai, em 7 de dezembro de 1941, o
Serviço Secreto dos Estados Unidos passou a se preocupar de forma mais intensa
com a segurança do presidente. No dia seguinte, o presidente Franklin D. Roosevelt
iria ao Congresso onde faria seu famoso discurso – “infâmia” – e assinaria a
declaração de guerra contra as potências do Eixo, convocando todo o parque
industrial do País para o esforço de guerra. Mas, faltava um carro blindado
para o presidente. Em tempo de guerra, sempre é possível um atentado à vida do
Chefe de Estado. Mas, na época, o governo não estava autorizado a gastar mais
que 11 mil dólares na aquisição de qualquer automóvel o que, é claro, não daria
para comprar um carro blindado.
Então, um agente encarregado de proteger o presidente, Mike
Reilly, ficou sabendo que o Departamento do Tesouro tinha apreendido um dos
carros blindados do gangster Al Capone, em Chicago, depois de sua condenação
por evasão fiscal, em 1931, e decidiu pedi-lo por empréstimo. Tratava-se de um
Cadillac equipado com placas de proteção por trás das portas, uma verdadeira
armadura sob a carroçaria. Os vidros dos para-brisas e janelas tinham mais de
uma polegada de espessura e eram a prova de balas. Além disso, acredita-se que
foi o primeiro carro civil com um rádio receptor integrado com a banda de
transmissão da polícia.
Naquela noite de 7 de dezembro, o carro foi preparado para o
uso do presidente em seu deslocamento público, no dia seguinte, rumo ao
Capitólio.Roosevelt , ao saber do caso, brincou dizendo que esperava que o Sr.
Capone não se importasse com o empréstimo. Ele usou esse veículo até 1942,
quando a Ford Motor Company preparou um Lincoln 1939 blindado, chamado de
“Sunshine Especial”. Para contornar os limites de gastos, o governo alugou o
carro da Ford por 500 dólares por ano.
As informações são do livro “Washington vai à guerra”, de
David Brinkley.
Consultor Sandro Almeida